Assembleia
de Deus Ministério Estudando a Palavra
Departamento
de Escola Bíblica Dominical
19
de Maio de 2013
Lição
7
O DIVÓRCIO
Leitura
Bíblica em Classe:
Mateus
19.3-12
Introdução: - “Em um ano, os divórcios
aumentaram 45,6%. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que em 2011, mais de
351 mil casamentos chegaram ao fim, o maior número já registrado na história do
país. O salto tão grande na estatística é explicado pela mudança da
Constituição. Desde julho de 2010, os brasileiros não precisam estar separados por
pelo menos um ano para pedir o divórcio.” Isso é um dos sinais do fim dos
tempos, a banalização do divórcio (Lc 17.27). Qual a posição da Bíblia acerca
do divórcio? É o que estudaremos nesta lição.
OBJETIVOS:
Dissertar sobre o
divórcio no Antigo Testamento.
Defender
como padrão o ensinamento de Jesus sobre o divórcio.
Explicar o porquê
do ensino de Paulo acerca do divórcio.
I.
O DIVÓRCIO NO ANTIGO
TESTAMENTO
1)
Significado. O divórcio segundo a Bíblia significa a “dissolução completa
do matrimônio”. Etimologicamente, tem um significado, bem abrangente. Na
Bíblia, tanto no Novo testamento como no Antigo, aparece como
"Apolyõ", ou como "Apostasion".
• No AT, essas palavras são raras, "Apoliõ" se
emprega numa variedade de sentidos, inclusive o divórcio (Dt 24:1 e Ed 9:36).
• "Apostasion" aparece quatro vezes como
"Titulo de divórcio" (Is 50:1 e Jr 3:8). No
N.T., "Apolion" tem os mesmos sentidos do grego.
Significa também (como no AT): soltar um prisioneiro, libertar da doença, inocentar,
mandar embora, lembra também a palavra apostasia, demitir, deixar morrer e
principalmente divorciar uma esposa.
2) A lei de Moisés e o divórcio (Dt
24.1-4). Quando Deus formou o homem e a mulher, evidentemente, não tinha o divórcio
em mente (Gn 2.24), desejando, portanto, que a união matrimonial durasse até a
morte de um dos cônjuges. Após o êxodo de Israel do Egito, devido o divórcio
ser uma prática comum entre o povo, precisava ser regulada, assim como era
comum à poligamia (Dt 21.15). Vejamos agora quais as questões relacionadas a
esta lei dirigidas por Moisés, o grande legislador de Israel:
• Caso o homem, após o casamento passasse a não se agradar de
sua mulher, por alguma “coisa indecente”, que abrange: andar com cabelo solto,
girar na rua, conversar com outros homens com demasiada familiaridade, gritar,
isto é, falar como marido em voz tão alta, que o morador da casa vizinha a
escutasse, reputação má em geral, ou a descoberta de fraude anterior ao casamento,
ou considerar que ela tenha feito algo ofensivo para ele, tinha o direito de
escrever uma carta, chamada em hebraico de “get”, que tem o significado de desquite,
ou repúdio, que é mais conhecida como carta de divórcio (Dt 24.1,2).
• Esta carta liberava a mulher repudiada a casar-se
novamente, só não poderia mais casar-se com o marido que a liberou com esse
“certificado”, e semelhantemente, o marido poderia contrais novas núpcias (Dt
24.3,4).
• Em caso de adultério, que exigia a morte dos adúlteros (Lv
20.10), esta carta poderia ser usada pelo marido vitimado como um ato de
misericórdia, para poupar a esposa adúltera da vergonha e da desgraça de um julgamento
público, e da morte, quando feito ocultamente.
• A mulher não tinha o direito de pedir o divórcio.
Concluímos, portanto, que o divórcio segundo a Bíblia e
aprovado por Deus, daria o direito de casar-se de novo! Nas próprias origens do
divórcio, está claro, que o divórcio bíblico implicava na dissolução total do
casamento, com direito a novo casamento.
II.
O ENSINO DE JESUS A
RESPEITO DO DIVÓRCIO
1)
A pergunta dos fariseus. Alguns anos antes de Cristo, dois famosos
rabinos judeus, apresentaram suas posições sobre o divórcio, era conhecida como
a disputa de “Hillel e Shammai” se tratavam sobre a interpretação das legítimas
causas do divórcio.
Essas posições foram
também chamadas de duas escolas:
• Hillel, que ensinava que um judeu poderia divorciar-se da
esposa por “qualquer motivo”.
• Shammai, que defendia a ideia de que o divórcio só era
legal por causa de “fornicação”. Procurando incriminar Jesus, e imbuídos da
ideia difundida por Hillel, os fariseus questionaram: “É lícito ao homem
repudiar a mulher por qualquer motivo?” (Mt 19.3b).
Jesus interpretando conforme o principio de tudo respondeu
que o plano original é que o casamento seja indissolúvel (Mt 19.4-6). Os fariseus
insistiram: “Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?”
(Mt 19.7b). Vejamos agora o que Jesus ensina sobre este tema
2)
O Ensino de Jesus.
• A “dureza do coração” dos homens (Mt 19.8). Jesus a
principio, toca na essência da questão do divórcio, fala da dureza, da
insensibilidade do coração dos homens.
Esse é o principal motivo para todas as separações. Jesus
declarou também em sua oração pelos discípulos que deveriam ser um (Jo
17.20,21), e confirmando o que estava escrito sobre o casamento, disse: “Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá
à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só
carne. Portanto o que Deus uniu não separe o homem.” (Mt 19.4-6).
• “Exceto em caso de prostituição” (Mt 19.9). Jesus usou uma
expressão decisiva.
Prostituição é uma palavra que vem do grego “pornéia”, e
significa imoralidade sexual em todas as formas. Em outras versões bíblicas,
diz: “exceto em caso de adultério”. Nas Escrituras os termos “fornicação” e
“adultério” são sinônimos, e muitas vezes são empregados alternadamente. No
Hebraico a palavra fornicação abrange: incesto, sodomia, perversão, e todos os
pecados sexuais cometidos antes e depois do casamento. Para os judeus que
cometessem atos de fornicação tanto antes como depois do casamento, a pena de
morte fora imposta (Lv 20.11-21). Foi nesse sentido que Jesus empregou o termo
“adultério”, quando anunciou sua “Lei do Divórcio”.
• Permissão para novo casamento. A carta de divórcio que
permitia o Novo casamento era o único tipo de divórcio que os judeus conheciam.
E foi essa carta que Jesus se referiu em Mt 5.31,32. Isso mostra a
possibilidade do casamento ser dissolvido pelo divórcio e a possibilidade de se
ter um outro casamento conforme ensinado anteriormente.
3)
Contextualizar sem banalizar.
Devemos analisar o fato social e até mesmo de traição do cônjuge problemático.
Consideremos o caso do alcoólatra, que espanca sua esposa e seus filhos, ou de
um pai que matou a própria filha, ou até mesmo um conjugue que assassinou
alguém e está preso. O caso de uma insanidade mental provocada pelo uso de
drogas, o abuso físico e psicológico e outros motivos específicos e
particulares. Não seria suficiente para que o outro cônjuge divorcia-se?
Segundo a Enciclopédia Chaplin:
“Esses (motivos) nos exortam a reconhecermos que a regra que
tem por exceção única o adultério é totalmente inadequada para satisfazer às
necessidades de uma sociedade que abunda de crimes cometidos contra a família
ou fora dela, e que são muito piores do que o adultério”. Por isso devemos
seguir a ordem do Senhor Jesus sobre o divórcio, mas não podemos ficar atônicos
diante desses fatos, cada caso deve ser tratado individualmente, tratando não
só o Crente, mas também o descrente, para evitar a destruição da família.
III.
OS ENSINOS DE PAULO A
RESPEITO DO DIVÓRCIO
1)
O Significado de Romanos 7. 1 - 4. Este capítulo, o apóstolo Paulo
enunciou a “Lei do Marido”, que diz que quando este morresse a mulher estaria
livre. O homem, de acordo com a lei geral do casamento, governava sua esposa,
pelo poder que fora investido.
Alguns interpretam que Paulo está dizendo que o casamento só
seria dissolvido com a morte do cônjuge, mas isso não é verdade, segundo o que
estudamos.
2)
O Significado de 1 Coríntios 7.10-15.
• As mulheres, conforme registro do texto, tem também o
direito de pedir o divórcio (v.10);
• Aos casais crentes, não devem divorciar-se, sem que haja
algum dos motivos já estudados (Mt 5.32; 19.9). Caso queira, que fique sem
casar. Paulo diz que é mandamento do Senhor (v.10), Se há desentendimentos, o
caminho não é o divórcio, sim a reconciliação. O perdão é poderoso para o
crescimento do amor!
• No caso em que o crente é casado com um incrédulo, uma
orientação de Paulo, se o incrédulo quiser permanecer em paz no casamento, que
permaneça, pois o incrédulo pode ser santificado (v.12,13) Caso queira
separar-se, o crente está livre, pois Deus o chamou para vida de paz (v.15-17).
Conclusão: O desejo de Deus sempre foi que
casamento fosse indissolúvel. O divórcio não deve ser comum, que seja apenas em
casos complexos! A banalização do divórcio é uma dos sinais do fim dos tempos.
Que Deus abençoe aos casais e suas famílias, guardando-nos da corrupção
mundana!
Professor: J. FÁBIO
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