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sexta-feira, 20 de maio de 2011

SOU UM NADA


 Às vezes canso, ao ponto de que escrever se torna um martírio, ao ponto de ler é uma exceção ao ponto de que me esforçar é uma tortura. Imagino que isso ocorra não por causa de terceiros, pois seria hipócrita em não assumir meus erros, não porque vivo acusando os interferentes por que isso seria irresponsabilidade, não porque não repondo pelo que faço ou deixo de fazer, é simplesmente uma inércia. Acontece comigo, com meu visinho e até com você caro leitor, é dia da improdutividade, saímos do nada e chegamos a lugar nenhum.

Seria muito bom se isso fosse apenas uma vez ou outra, mas o pior é que não, isso é muito comum tanto que os parlamentares do nosso país e de tantos outros, vivem este mal continuamente, deve ser pelo motivo processual da profissão, algo do tipo: Hoje é praia.

Não, não é o mal da religiosidade, não é o mal da rotina e outros males da vida é simplesmente uma inércia e algum “espiritual” lendo poderia dizer: “mente vazia, oficina do diabo” calma eu esclareço minha mente esta fervilhando de pensamentos, mas a prática vai mal, e bom seria se mais gente aderisse a minha causa, reconhecendo o lado frágil de não praticar o desejado, de não ir para as ruas e dizer o porquê de nossa existência e expressar a finalidade de nossa breve passagem por aqui. Hoje é dia de praia, parei de ler, escrevendo o que deveria fazer, mas apenas estou na teoria, deve ser a agonia da caminhada, os calos do processo, a dor da burocracia, a tristeza da rotina, o vazio do Supremo, não porque me deixou, antes porque não o procuro. Deve ser inveja dos anjos, deve ser fracasso das tentativas de acertar, deve ser a alma que grita pela cidade chamada imaginação, onde se houve passos que de solitários aprenderam ire vir sem nada encontrar, há dias que não há bons livros para se ler, imagino que seja a inércia dos escritores, puramente não penso em nada, pois só de parar de pensar me canso.

É como saber o que pode ser dito sem saber o que dizer, é como querer ler sem ter palavras que foram escritas, é assim nada de nada, no vazio do pensamento vago, na varanda do ermo, nos escombros do deserto, é nada mesmo. Mas acho que poderei um dia isso entender, mas a inércia não me deixa imaginar o futuro, pois estou limitado ao presente, lamentável temporalidade, antes fosse eterno como é o Eterno, mas sou um nada que reconhece que Ele é tudo, e que isso basta, e que isso é tudo, e que mais que isso é muito, pois me dou por satisfeito de ser nada que tem O Tudo dentro do meu nada. 

Por, MarceloMarques
(http://teologiadaaplicabilidade.blogspot.com/)

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