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terça-feira, 10 de maio de 2011

O ENSINO RELEVANTE PARA ADOLESCENTES



INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase muito importante na vida de uma pessoa. É um período que não pode ser considerado uma mera transição entre a infância e a fase adulta. É uma etapa onde ocorrem as mais diversas transformações a nível físico, intelectual, emocional e social. A adolescência é um processo dinâmico de metamorfose que transforma o ser criança em um ser adulto.

I. DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA

A adolescência é um período da vida que se estende entre a fase da infância e a fase adulta. Ela é um processo dinâmico e não um estado. É um estágio onde acontece um período radical de transição que deve ser vivido com naturalidade e intensidade pelo adolescente e um tempo especial onde os adultos precisam compreendê-lo em suas inquietações.

A adolescência é considerada um fenômeno de caráter psicológico e social com diferentes particularidades que variam de acordo com o contexto no qual o adolescente está inserido.
A palavra adolescência deriva do latim ad (a, para) e olescer (crescer), caracterizando, portanto, o processo dinâmico que o indivíduo apresenta na sua aptidão de crescer. A adolescência também tem raízes na palavra adolescer, de onde origina a palavra adoecer. Temos, pois, uma dupla etimológica: crescer no sentido físico e 
psíquico e adoecer com as transformações biológicas e mentais que se sucedem nesta fase da vida.

II. ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA

Ao abordar o tema da adolescência, o autor José O. Outeiral fala de três etapas que não tem início e fim definidos com precisão e onde algumas características se confundem e outras não.

1. A adolescência inicial
Esta fase da adolescência tem o seu início em torno dos 10 anos estendendo-se até os 14 anos, aproximadamente. A principal caracterização deste período é a transformação corporal com as devidas alterações psíquicas.
Normalmente, nas meninas o amadurecimento ocorre mais cedo do que nos meninos. Esta fase é também denominada de adolescência puberal, por apresentar o início das mudanças da puberdade com todas as modificações físicas e psíquicas da adolescência.

Nesta etapa da adolescência, uma característica é o isolamento e há uma mudança no jeito afetivo do adolescente ser: ele se torna explosivo, suscetível, mal humorado e dorme muito. Ele se fecha em seu quarto ou até no banheiro por um vasto período. O adolescente torna-se monossilábico e a desobediência passa a ser a tônica principal. Além disso, inicia a desordem, a falta de asseio e a despreocupação de si mesmo.

2. A adolescência média
A presente etapa vai dos 14 aos 16 ou 17 anos, aproximadamente. Tem como característica principal tudo que está relacionado com a sexualidade. Relevante também, nesta etapa, é o surgimento da importância do aspecto grupal. O adolescente centra seu modelo no relacionamento que ele tem com o seu grupo de colegas e amigos.

3. Adolescência final
Esta fase da adolescência vai dos 16 ou 17 aos 20 anos. Nesta etapa se estabelecem os novos vínculos com os pais e acontecem a adaptação ao novo corpo aos processos psíquicos do mundo adulto. Acontece também o rompimento da psicologia grupal e o adolescente busca uma maior independência onde ele procura inserir-se na sociedade em que vive.

III. CRISES NA ADOLESCÊNCIA

O termo “crise” origina do grego “krisis”e significa ato ou faculdade de distinguir, escolher, decidir ou resolver. O vocábulo é usado, pois, como parte integrante e positiva no processo de desenvolvimento do adolescente.
Tanto o menino como a menina que entra na adolescência inicia uma caminhada onde se dá lentamente o adeus à infância. O brinquedo, até então algo inseparável, começa a ser deixado de lado. Surge na memória um tempo que foi passando e que não voltará mais. Começa brotar um sentimento de perda que ocasiona a crise.

1. Crise de identidade
A identidade é a consciência que a pessoa tem de si mesma como alguém que integra o mundo real existente.
A crise de identidade está centrada na necessidade que o adolescente tem de ser ele mesmo na procura de uma definição de seu self (“o self é tudo aquilo que sabemos, sentimos, vivenciamos como parte de nós mesmos. É tudo aquilo que nos conforma e compõe. É o objeto central do ego”.), para assim romper com sua infância e conseguir se firmar como pessoa.
A crise de identidade é tida como ponto central na adolescência. A palavra crise é utilizada por haver uma mudança em ebulição, um processo de ruptura, de caos, que vai determinar a organização ou estruturação do indivíduo.
A identidade, na adolescência, se processa por uma série de identificações: num primeiro estágio, há uma forte identificação com a mãe, depois com o pai e com os outros membros da família e por último, há uma identificação com os professores, ídolos, e amigos.

2. Crise de autoridade
A crise de autoridade, na adolescência, é algo bastante forte e se caracteriza pelo confronto. Há uma atitude de rebeldia e muitas vezes até de desrespeito para com o adulto, especialmente para com os pais e outras pessoas que têm autoridade ou exercem determinada função.
A oposição visa, primeiramente e, sobretudo o meio familiar: o adolescente, para provar a si mesmo a sua independência, defende sempre posições contrárias às de seus pais e outros adultos. Ele também não aceita ser orientado na escolha dos amigos, das leituras, diversões e posições. O adolescente é um eterno reivindicador.

3. Crise sexual
A crise sexual é considerada a crise mais complexa da adolescência. Há, nesta fase, uma reelaboração total do mundo sexual que transforma a estrutura infantil em uma estrutura adulta.
Em meio a esta fase de transição, o adolescente se desenvolve lentamente, o que acontece em diversas etapas. Há inicialmente a maturidade das gônadas e a mudança genital.
A crise sexual se instala a partir das transformações do corpo, o que exige uma adaptação à nova realidade. De um momento para outro o corpo do menino e da menina começa a se transformar em um corpo de homem ou mulher. Tudo isto os torna impacientes e descontentes, pois a imagem que o adolescente tem de si mesmo não corresponde ao seu ideal estético. O crescimento desordenado causa desconforto. Braços, pernas, pés e mãos tornam-se grandes e compridos. Emagrecem e espicham, ultrapassando, muitas vezes, os pais. O nariz parece ao adolescente pouco estético. Surgem as espinhas, e o suor passa a exalar um forte cheiro. A voz se modifica e é motivo para brincadeiras maldosas que irritam o adolescente.
Toda esta insatisfação leva os adolescentes a crises de desespero, que são ainda mais forte porque, nesta época, o adolescente tem necessidade de agradar ao sexo oposto.
O adolescente precisa aceitar o seu novo corpo e viver em paz com ele para alcançar um bom nível de relações com os outros.

IV. DIFICULDADES NO CONVÍVIO COM ADOLESCENTES

Vimos até aqui a complexidade pela qual passa o adolescente em seu estado de metamorfose. A seguir, listaremos alguns aspectos que, se não observados, irão dificultar nossas relações para com eles neste período de total transformação pelo qual passam.

1. Não compreendê-los
Ser compreensivo significa entender e captar os sentimentos do adolescente; é confiar em sua capacidade para ir adiante, é respeitar sua liberdade, respeitar sua intimidade, não julgá-lo, aceitá-lo como ele é, aceitá-lo tal como ele quer chegar a ser; é ver o outro como sujeito.

O adolescente precisa ser compreendido e aceito em sua maneira de ser e agir. Ele necessita de um ambiente acolhedor que o proteja e lhe mostre o caminho a ser seguido. O adulto é para o adolescente um refúgio necessário, mas ao mesmo tempo, alvo de agressão e destruição. É uma tarefa árdua, mas bela e gratificante, ser este adulto racional e maduro para um adolescente que está à procura de parâmetros que sirvam de modelo para sua afirmação como pessoa.

2. Falta de empatia
No relacionamento humano é fundamental que se busque a compreensão do que a pessoa está dizendo e sentindo. É o que se chama de empatia. É sentir o que o outro sente; é ouvir a sua história como se fosse a minha. É a capacidade de dar-se conta das emoções e das mudanças internas da pessoa com a qual nos relacionamos. É colocar-se no lugar da pessoa.

Ao nos comunicarmos com o adolescente ou mesmo com outra pessoa qualquer, é certo que receberemos aquilo que estamos a lhe oferecer. Se nosso sentimento for de indiferença e apatia, é natural recebermos algo semelhante em troca.

A empatia requer a aceitação incondicional do outro: isso quer dizer que o aceito como ele é procurando aceitar todos os aspectos de sua pessoa: seus gestos, sua forma de falar, sua maneira de enfocar a vida, sua inteligência, seu corpo e seus atos. Isso faz com que eu não procure manipulá-lo, mudá-lo e favorece o outro a se expressar livremente e com confiança.

3. Não sendo uma presença real
O adolescente percebe quando somos uma presença irreal, apenas de corpo ou se estamos totalmente com ele, sendo uma presença de corpo, “alma” e mente. O doar-se fará bem ao adolescente, mas talvez o grande beneficiado seja o adulto que irá desfrutar do convívio o que de melhor pode existir: a sinceridade e o amor à vida.

4. Não entendendo seus sentimentos
Assim como o adulto, o adolescente tem o direito de vivenciar e expressar o seu sentimento em relação ao mundo e às pessoas. É importante que o respeitemos, assim como ele é e assim como se expressa. O adolescente tem o direito de pensar, sentir e agir conforme seu coração, desde que isto não violente as formas de convivência.

5. Querer convencer o adolescente a partir de nossos pressupostos
Em nosso relacionamento com o adolescente, é fundamental que ele perceba que nos encontramos abertos para ouvi-lo e não para lhe impor nossas verdades. Estamos juntos para que haja uma troca de experiências e conhecimentos que enriquecerão nossas relações. Em uma relação nada pode ser imposto. Pode haver um compartilhar de idéias que permitirão uma troca mútua. O adolescente perceberá que os seus pressupostos têm valor, e não apenas os do adulto.

6. Não sendo coerente
A coerência é imprescindível em toda e qualquer relação. Ser coerente é ter a coragem de ser o que se é, sem disfarces. O adolescente é especialista em perceber se somos coerentes com aquilo que falamos e fazemos. O não ser coerente nos tira a credibilidade para termos uma relação próxima com o adolescente.

7. Não escutando o adolescente
Escutar é diferente de ouvir. Nós ouvimos sons, ruídos ou palavras. Nós os ouvimos ainda sem querer quando alguém ou algo os emite. O escutar supõe uma disposição: é preciso querer escutar. Nós ouvimos sem querer; no entanto, para escutar é preciso querer fazê-lo.

O adolescente, no contato conosco, deve perceber que nós o estamos ouvindo de corpo inteiro e isto implica, conforme Luiz Antônio Ryzewski, em 3 habilidades, chamadas de A.C.A., que descreveremos a seguir.

a)”A” de atender
Atender é estar ligado, atento, conectado. É receber a informação e nos certificar que estamos recebendo exatamente aquilo que o adolescente nos quer transmitir. É perceber também o sentido oculto das palavras, gestos e ações.

b)”C” de compreender
É o momento da interpretação do significado da mensagem expressa pelo adolescente. Nem sempre uma determinada palavra tem o mesmo significado para todas as pessoas. Deve ficar claro o que isto significa na linguagem usada pelo adolescente. A compreensão correta se dá se nos colocarmos no seu lugar.

c)”A” de avaliar
É quando refletimos sobre o que nos foi informado e a partir da avaliação vamos definir nossa reação frente a uma determinada situação. Devemos avaliar, não a partir dos nossos preconceitos, mas a partir do adolescente. Isto não significa concordar sempre com ele, mas respeitar sua opinião, dando a nossa, colocando argumentos prós e contra.

V. O PROCESSO DE ENSINO

Lei do efeito: Importância do conteúdo aprendido
Lei do exercício: Reforço, atividade adaptado ao conteúdo
Lei das atitudes: Provocar reação e posicionamento no aluno
Lei da atividade seletiva: Retenção do significativo
Lei da analogia: Comparação com outras situações e experiências

VI. O PROCESSO DA APRENDIZAGEM

1. Objetivos de ensino
Gerais
Específicos

2. Plano de Ensino
Conhecendo a realidade
Elaborando o plano
Executando o plano
Avaliando e aperfeiçoando o plano.

VII. COMO DEVE SER O PROFESSOR

1. Como Jesus ensinava

2. Requisitos básicos para ser professor
Preparo Intelectual
Preparo Emocional
Preparo Espiritual
Preparo Interpessoal


BIBLIOGRAFIA

LOPES, Jamiel de Oliveira, Aprendendo a lidar com o adolescente: um manual prático para líderes e professores da Escola Bíblica Dominical, Editora Candela, São Paulo, 1997.
BURKHALTER, Fank E. – Tradução de Lauro Bretones, Junta de Educação Religiosa e Publicações, Rio de Janeiro, 1996.
LAMBDIN, Ina S., A Arte de Ensinar Adolescentes, Editora Junta e Educação Religiosa e Publicações, Rio de Janeiro, 1986.
FORD, Leroy, Ensino Dinâmico e Criativo, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1990.
LACERDA, Catarina Augusta Pasin, LACERDA, Milton Paulo de. Em busca da transcendência. In: Adolescência: Problema, Mito ou Desafio? Petrópolis: Vozes, 1998. P. 113-125.
OUTEIRAL, José º Adolescer: Estudos sobre Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
Pr: Eliezer Morais

Um comentário:

  1. Adoro este Mestre.. Antônio Gilberto....


    Você já viu um passarinho dormindo num galho ou num fio, sem cair? Como é que ele consegue isso? Se nós tentássemos dormir assim, iríamos cair e quebrar o pescoço. O segredo está nos tendões das pernas do passarinho. Eles são construídos de forma que, quando o joelho está dobrado, o pezinho segura firmemente qualquer coisa. Os pés não irão soltar o galho até que ele desdobre o joelho para voar.
    O joelho dobrado é o que dá ao passarinho a força para segurar qualquer coisa.
    É uma maravilha, não é? Que desenho incrível que o Criador fez para segurar o passarinho. Mas, não é tão diferente em nós. Quando nosso "galho" na vida fica precário, quando tudo está ameaçado de cair, a maior segurança, a maior estabilidade nos vem de um joelho dobrado – dobrado em oração. Se você algumas vezes, se vê num emaranhado de problemas, que te fazem perder a fé, desanimar de caminhar; Não se sinta mais sozinho, Deus te fortalece e caminha contigo por toda sua vida! É Ele quem renova Tuas forças e sua fé, e, se cuida de um passarinho, imagina o que não faz por você um filho (a) amado (a), basta você TER FÉ.

    Maria Valda

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