Um
amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande teólogo Suíço Karl Barth, um de nossos escritores preferidos, com um
detalhe, de modo que mesmo alguém que não conhece ou estuda teologia possa
entender os pontos principais de sua cosmovisão, o que se traduz em uma árdua
tarefa.
Barth
era um brilhante erudito e escrevia com erudição ímpar, usando muitos termos e expressões
do mundo teológico, nomes de doutrinas que foram objetos de disputas na
história da igreja, além do uso de expressões em latim, grego e outros, o que
dificulta a leitura e uma compreensão imediata. Outro complicador é que ele se
expressava de modo como se todos e qualquer pessoal fosse capaz de captar os
seus pensamentos e tivesse a exata compreensão de tudo o quanto dizia. Não sei
se isto se configura em virtude ou defeito, mas assim Karl Barth falava e
escrevia.
A
obra de Barth é muito extensa com poucas (em relação ao conjunto) obras em
português, contudo aprendi (e aprendo) muito o chamado “pai da neo-ortodoxia” e
com as obras que temos. Então creio que posso falar daquilo que tenho
aprendido, um pouco de sua visão geral.
Quero
adiantar que não temos como nos estender nos comentários, bem que gostaria, mas
são muitos pontos importantes e que precisam ser trabalhados um a um. Iremos
abordar neste estudo, rapidamente, alguns deles, iniciando com sua história
pessoal e destacando o que consideramos como o principal ou o melhor deste
teólogo.
Cumpre-nos Apresentar o Autor: O Homem e Teólogo Karl
Barth
“Nasceu
na Basileia, no dia 10 de maio de 1886, no seio de uma grande família
profundamente dedicada à teologia e à pregação. Passou a juventude em Bern,
onde seu pai lecionava teologia. Seus estudos o levaram a universidade, em
Bern, às universidade alemãs de Tübingen, Marburg e Berlim. Depois de uma
experiência crucial como pastor na aldeia de Safenwil, na Suiça, Barth lecionou
teologia nas universidade alemãs de Göttingen, Münster e Bonn. Expulso desta
última por se recusas a jurar liberdade a Hitler, voltou à Basileia onde
ensinou teologia de 1935 até se aposentar, em 1962. Jamais concluiu um
doutorado, embora fosse posteriormente agraciado com numerosos títulos
honorários. Barth era um homem robusto e bem-humorado, mas tinha em geral um ar
muito sério. […] Morreu em 1968, aos 82 anos.” [1]
O
pastor suíço ganhou repercussão mundial com o seu livro Carta aos Romanos de
1922, e ainda por sua perspectiva dogmática da fé, da revelação e da igreja.
Viveu durante o período das duas grandes guerras mundiais, o que (também)
influenciou as suas exposições. Um ponto auto de sua história foi quando se
negou fazer o cumprimento nazista nas aulas da universidade alemã em que
lecionava, sendo, por causa disto, expulso daquele país.
Começando
pelo nome como sua teologia é conhecida, NEO-ORTODOXIA – ou teologia da
crise, entre o divino e o humano, representou um retorno, em tempos de teologia
liberal, à teologia da reforma, com reflexões e, por que não, com algumas
correções as doutrinas dos reformadores.
Definição
de neo-ortodoxia, segundo Erickson (2011, p. 134): “Sistema de teologia associado a Karl Barth, Emil Brunner e
Reinhold Niebuhr. Embora aceitasse o criticismo bíblico e certa quantidade de
pensamento existencial, o movimento enfatizou a transcendência divina, assim
como a pecaminosidade e a necessidade humanas. Representou um retorno a formas
modificadas de doutrinas ortodoxas em contraste com o abandono de tais
doutrinas realizado pelos liberais.” [2]
Outra
nome dado a sua teologia é “TEOLOGIA DA DIALÉTICA”, a teologia do sim e do
não, da reflexão, como dito, voltava-se a transcendência divina.
Segundo Gonzalez (2005, p. 93), Dialética tem origem: “Na Filosofia grega, Platão escreveu diálogos nos quis buscava
encontrar a verdade mediante a conversação e, por isso os historiadores se referem
ao método de Platão como “dialético”. Na idade Média, o uso da razão na
investigação teológica frequentemente era chamado de “dialética”, porque a
razão se move de maneira semelhante a um diálogo interno […] Hegel (1770-1831)
desenvolveu uma “dialética” que era toda uma filosofia da História como
desenvolvimento do pensamento da mente universal […] Mais tarde, Karl Max
(1818-83) opôs-se ao idealismo de Hegel, mas reteve muito de sua dialética,
chegando assim ao que chamou de “materialismo dialético (marxismo). No começo
do século XX, quando a neo-ortodoxia começava a desenvolver-se, alguns a
chamaram de “teologia dialética” – ainda que não exatamente, visto que era uma
teologia do paradoxo antes de uma na qual as tensões se resolviam em uma
síntese superior.” [3]
A
ênfase de sua teologia “A revelação de Deus” e a encarnação do verbo.
Teologia
fundamentalmente cristocêntrica. Por Cristo, a partir Dele e para Ele.
Este
é o ponto que mais admiro em Barth, sua ênfase CRISTOCÊNTRICA. Isto é, tudo tem
explicação, sentido, origem em Cristo, no propósito de Deus no Filho. A chave
hermenêutica e a resposta para todos os enigmas e anseios humanos têm resposta
Nele, verdadeiro Deus, verdadeiro homem de Deus, verdadeiro Deus-homem. Jonh
Stott comenta:
“A
cristologia, insistia ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E
cristologia significa confessar que Jesus Cristo, o Mediador, repetiu ele
várias vezes “é o próprio Deus, o próprio homem, e o próprio
Deus-Homem.” Há pois “três aspectos cristológicos” ou “três perspectivas”
para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo temos de ver
com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio
Deus ativamente intervém.” O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o
verdadeiro homem […]. É assim que Ele se torna o reconciliador entre Deus e o
homem”. O terceiro é que, embora sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus
Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente quando se afirma esse relato bíblico
de Jesus Cristo, pode-se compreender a singularidade do seu sacrifício
expiador. A iniciativa está “Com o próprio Deus eterno, que se deu a si mesmo
em seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si esta paixão humana
[…]. É o juiz que nesta paixão toma o lugar daqueles que deviam ser julgados,
que nesta paixão permite ser julgados em lugar deles”. “A paixão de Jesus
Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz foi julgado.” [4]
(grifo nosso).
Outra
característica, dentro deste aspecto cristocêntrico, é que para Barth todo o
conhecimento de Deus vem da revelação, parte do encontro do homem com o Deus do
homem, que revela-se a Si mesmo. O homem só conhece a Deus plenamente na pessoa
de Jesus Cristo, em sua encarnação, como Ele é agora, Cristo foi, como Cristo
foi Ele é. Só podemos entender algo sobre Deus a partir da pessoa do Filho. As
doutrinas da eleição, da expiação e da predestinação, que para Barth é sempre
dupla (não no sentido tradicional deste termo – como pensam os calvinistas, mas
de outro modo), tais doutrinas, tendo a cruz como o centro, têm particular
tratamento, o autor afirma que se Deus não tivesse, por pura graça,
decidido se revelar aos homens nós jamais poderíamos conhecê-Lo.
A REVELAÇÃO
E
o que vem ser “revelação” para Barth?
A
grosso modo seria, por um aspecto, a encarnação de Cristo, isto é, Deus
manifestando-se na forma de um homem aos homens, e por outro, o encontro do
imortal com o mortal, do Deus Santo com o homem pecador, do atemporal com o
temporal, do impossível com o possível, de Deus com homem, do encontro de cada
homem com Deus, pela graça, pela ação do Espírito, graças a aliança proposta
pelo Pai, feita no Filho, garantida pelo Espírito, penhor da nossa herança.
“Disse
Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você
não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto
tempo? Que me vê, vê o Pai, como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” Jo
14.8-9
Quando
comecei a ler Bath, minha perspectiva de Jo 14 se ampliou, me deparei com uma
perspectiva totalmente nova do que seja a revelação, como bem asseverou sobre o
que é revelação para o teólogo suíço o Prof. Ricardo Quadros Gouvêia, segue:
“Deus
revelando-se a Si mesmo aos homens, não apenas algo divino, não algo semelhante
a Deus, não algo que vem de Deus, não algo sobre Deus, mas, Deus, Ele mesmo é o
conteúdo da revelação”’ [5]
Entendi
porque o cristianismo é superior a qualquer outra forma de crer, não porque
pensasse diferente disto, mas porque não tinha instrumentos (além de minha
própria fé) para sustentar o porquê da questão. O cristianismo tem o privilégio
da revelação, superior a qualquer outra religião, ou tentativa de buscar ou
forma de conhecer a Deus por meios naturais, meios reflexos. E, por que com
certeza podemos afirmar isto? Porque na Bíblia e na encarnação de Cristo o
próprio Deus se revela aos homens, Sua forma (santa, pura, misericordiosa, que
se compadece), o seu caráter, o próprio Deus é aquele que se compadece e é o
parceiro superior da aliança em Cristo, o salvador dos homens, é Ele que nos
pega pelas mãos, aquele que sabe o que sentimos, isto porque Ele experimentou a
humanidade (mas sem pecado, Hb 2.17-18; 4.15), e em sua humanidade, isto é, em
uma forma compreensível a nós, não como algo místico e impossível, mas como algo
humano, como o pão e água da vida, podemos então conhecê-Lo. O Mediador é Deus.
“A
verdadeira e única divindade nos é revelada plenamente em Cristo Jesus, da
mesma forma que a verdadeira humanidade nos é revelada também em Cristo Jesus!
Em Jesus nos ganhamos a plenitude do que significa: “Deus para o mundo, Deus
para a humanidade, o céu para a terra.”! [6]
“A
revelação é uma auto manifestação de Deus, Ele se dá a conhecer a si mesmo. A
revelação apresenta ao homem, como suposto e confirmação, o fato de que as
tentativas humanas para conhecer a Deus por seus próprios meios são vãs. Na
revelação Deus diz ao homem que é Deus e que, com tal, Senhor do homem. Com
isto a revelação diz ao homem algo completamente novo. Algo que sem a
revelação, não pode nem saber, nem dizer aos outros. Que o homem possa conhecer
a Deus, somente pode afirmá-lo com verdade na revelação.” [7]
Karl
Barth era um defensor da Dogmática, tendo escrito sua obra mais volumosa com
este nome “Dogmática Eclesiástica” que ficou inacabada. Dogmática – significa
uma dedicação ao estudo das doutrinas ou aos dogmas da igreja, antes da
construção de sistemas especulativos ou próprios. Barth compreendia a fé como
um salto, uma razão superior, que se origina na revelação, uma herança da
influência de Soren Kierkegaard.
Fé
significa conhecer, experimentar, ser objeto da auto-revelação de
Deus. A fé é também uma decisão.
“Crer
significa isto: reconhecer o próprio pecado, abandonando-se à infinita e
benevolente justiça de Deus exercida sobre o pecado. Concretamente, crer é
reconhecer que nos opomos à graça aderindo-nos a ela, que se opõe a nossas
oposições e resistências com poder infinito. Neste reconhecimento da graça, no
reconhecimento que justifica o ímpio, que também é graça para o inimigo da
graça, é onde a fé cristã reconhece a verdade da religião cristã.” [8]
“Descobre-se
e conhece-se a Deus quando Ele se dá a conhecer a si mesmo, dentro da sua
inteira liberdade”. [9]
SIM
e NÃO – Um ponto pouco exposto de sua teologia é o
aspecto do Sim e não – acredito que pela
necessidade de uma grande explanação que este aspecto demanda, mas vou tentar
resumir.
Para
Barth Deus diz sim ao homem, ao decidir criar a humanidade, ao decidir ser Ele
mesmo o objeto, no Filho, e a garantia da aliança, no Espírito, entre Deus e o
homem, ao passo que, ao mesmo tempo, ele rejeitou a humanidade caída, e a prova
disto é o sofrimento e a maldição a que Cristo se submeteu para a redenção da
humanidade. (Is 53; II Co 5.19-20; Gl 3.13)
De
outro modo, também podemos considerar que Deus diz sim a tudo o que é aliança,
fé, santidade, amor, graça e paz, e rejeita tudo o que está fora dela, tudo o
que não está ligado a Cristo, ao que diz não a incredulidade, ao mal, a morte e
o pecado, a justiça própria, a altivez, a insubmissão, a rebeldia, diz não
pecador (isto é, a seu estado), que precisa assimilar o não de Deus,
reconhecendo a sua condição deplorável, o seu não poder, sua total impotência
salvífica e a sua rebelião, e aceitando o Seu não, então é possível, pela ação
da livre graça de Deus, receber o Seu sim.
“Não
podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e
antes de mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele.” [10]
Sobre
o que é o mal, dentro da perspectiva do sim e não: “É a queda dentro do nada. Poderia ser diferente? Se abordo esse
tema, é unicamente para mostrar que esse vasto domínio que nós chamamos o mal,
a morte, o pecado, o diabo e o inferno, não é criação de Deus, mas, ao
contrário, é o que está excluído pela própria criação, aquilo para o que Deus
diz não.” [11]
A
eleição revela a liberdade de Deus e da Graça. Deus é livre – escolheu ser Deus
e Senhor do homem. Em seus livros podemos encontrar frases que caracterizam bem
isto, sobre Deus: “Aquele que ama em liberdade”, sobre
a Graça: “É a livre graça de Deus que elege”.
A
PALAVRA/BÍBLIA – para Barth a palavra tem o real sentido do logos, e se refere a uma das três coisas (a
depender do contexto) ou a todas em conjunto, ou seja, a Jesus Cristo, as
Escrituras e a pregação do evangelho.
“Não
é o correto pensamento humano sobre Deus que forma o conteúdo da Bíblia, mas o
correto pensamento divino sobre os homens. A Bíblia não nos conta como nós
devemos falar para Deus, mas o que Ele diz para nós; não como encontramos o
caminho para ele; mas como Ele tem visto e encontrado o caminho para nós; não a
correta relação na qual nos devemos situar a nós mesmos com relação a Ele, mas
o pacto que ele fez com todos os que são filhos espirituais de Abraão e que
selou de uma vez por todas em Jesus Cristo. É isto que está na Bíblia,
a Palavra de Deus está na Bíblia.” [12]
(grifo nosso)
Este
último grifo talvez seja o ponto de maior crítica à obra deste autor. Os
críticos (normalmente os calvinistas defensores da TULIP) afirmam que ele
sugeria que a Bíblia poderia possuir falhas (não do conteúdo, mas ortográficas,
geográficas, históricas e outros) e que abandonou o conceito ortodoxo (que
também defendemos) de que a Bíblia é a palavra de Deus e
não “contem”, mas é, a Palavra. Mas isto, sobre o abandono a
ortodoxia por Barth, não considero verdadeiro, muitas vezes ele defendeu a
Bíblia como sendo a palavra de Deus, como superior a qualquer outra forma ou
expressão, pois por meio das Escrituras Deus se revela aos homens. Mas para
Barth a palavra também tem o sentido da revelação de Cristo, o logos divino,
quando Jesus declara “são elas que dão testemunho de mim”, é neste sentido que
Barth diz que a Bíblia contém a palavra, no sentido que por meio das Escrituras
o homem tem um encontro pessoal com Deus, com o logos divino, enfatizando que
Cristo (Deus) é ainda superior à própria Palavra, que é a revelação de Deus aos
homens, porque a Palavra vêm de Cristo e não Cristo da palavra. (Não sei se
consigo ser suficiente claro neste ponto, mas é isto). Barth enfatiza que Deus
está além da letra, assim como está além da melhor perspectiva humana a
respeito Dele. O que Barth sugere (ou como entendemos este ponto) é que, por
exemplo, duas pessoas leem a Bíblia, uma, pela ação do Espírito Santo, a
compreende e tem um encontro real com Deus e outro, a quem Deus não se revelou
(por razões que só Ele conhece), jamais poderá conhecer a Deus, sem a ação do
Espírito, simplesmente pela letra. Quantos leem a bíblia e não creem?
Certamente muitos. Neste sentido, a palavra de Deus, o logos, a revelação de
Deus ao homem, está na Bíblia. De todo modo, longe da polêmica, a
melhor e mais simples forma de entender isto é compreender que a Bíblia é a
Palavra de Deus (e ponto), saiu do coração Dele, divina inspirada, inerrante,
aos homens.
“A
história Bíblica no Antigo e no Novo Testamento não é absolutamente história,
mas vista de cima é uma série de atos livres divinos e vista debaixo uma série
de tentativas infrutíferas do empreender algo em si impossível.” [13]
CRÍTICA A RELIGIÃO
Como
toda a escola reformada, assim se considera e ele mesmo se considerava, Barth
criticou toda tentativa humana de justificação, tratando esta conduta como
um pecado, uma rebelião. Segue uma de suas definições do ato
religioso: “Como já vimos as duas formas primitivas, por
assim dizer, normais de toda a religião são a formação de uma ideia de
divindade e o cumprimento de uma lei. A urgência religiosa do homem busca
apaixonadamente satisfazer-se por intermédio desses duas figuras: uma ideia de
divindade, uma norma de comportamento.” [14]
Em
busca de justificar-se, tornar-se aceitável diante de Deus, o homem religioso
cria um conjunto de regras exteriores para cumpri-las, além disto, forma uma
ideia e conceito próprio e particular sobre Deus, que se seja adequada a si
mesmo.
ELEIÇÃO
– Eleitos em Cristo e para Cristo.
Ponto
de grande destaque é a doutrina da eleição. Neste tema Karl Barth se aprofundou
como nenhum outro teólogo antes dele. Escreveu sobre este tema com muita
propriedade e dizia que a doutrina da eleição não produz a insegurança da
incerteza, de estar ou não estar em Cristo, nem a eterna dúvida do decreto
mecânico, eleito ou não eleito, como pregou e prega a escola Calvinista,
NÃO, mas de uma forma que produz paz, conforto, certeza e segurança, sem
injustiça, sem produzir acepção de pessoas sem nenhum motivo.
“Quando
nós perguntamos a Bíblia o que ela tem a nos oferecer, ela responde
colocando-nos o fato da eleição.” [15]
“Sobre
Jesus Cristo, nada sabemos com maior certeza e exatidão do que isto: em livre
obediência a Seu Pai, Ele escolheu ser homem, e como homem, fazer a vontade de
Deus. Se Deus nos elege igualmente, essa nossa eleição se dá na eleição de
Jesus Cristo e por meio dela, neste ato de livre obediência e por meio dele,
por obra de Seu Filho […] É nele que a eleição eterna se converte imediata e diretamente
na promessa da nossa eleição, decretada que foi no tempo do nosso chamado, ou
vocação, para a fé, do consentimento por nós concedido para a intervenção a
nosso favor, da revelação de nós mesmos como filhos de Deus.” [16]
O
Dr. Roger Olson, em Teologia Arminiana, mitos e realidades, diz que não é
possível um híbrido entre calvinismo e arminianismo, ou estamos de um lado ou
de outro, no que tange a soteriologia. Em parte discordo. Sobre a eleição e
predestinação a teologia de Barth não é um hibrido de
Calvino e Armínio, na realidade ele está em uma perspectiva totalmente
diferente, um modo de pensar diverso, de maneira que hora coincide com algum
ponto, que diríamos estar ligado a teologia calvinista (Ex: escolha de Deus,
determinação de Deus), ora em um ponto que consideraríamos claramente arminiano
(ênfase na necessidade decisão individual frente a ação da graça; escolha
humana a respeito do sacrifício divino, a liberdade derrama sobre os homens),
então, em alguns momentos ele tece críticas as duas escolas, em certo momento
as duas ao mesmo tempo, como veremos mais adiante no ponto predestinação.
“O
que acontece é que a igreja e os filhos de Deus sempre são tentados a inverter
a ordem da eleição divina, colocando em primeiro lugar sua fé, seu amor, seu
testemunho, sua tradição e sua esperança e, imaginando que podem livremente
decidir-se por Jesus Cristo, não se apercebem que nisso revelam que já não
sabem o que esse nome significa.” [17]
“[a
graça] em primeiro lugar ela sublinha o fato muito simples, mas que nunca foi
nem será suficientemente considerado: de que a graça é graça de Deus, ato seu,
obra sua, vontade sua e reino seu. Isso também significa, em todos os casos,
que ela não só é uma determinação, mas uma predeterminação, predestinação da nossa
existência humana; que perante ela estamos lidando apenas com uma instância a
deparar-se conosco, mas com uma instância superior a nós, de uma superioridade
fundamental e qualitativa. Quando nós decidimos perante ela, então sempre já
está decidido sobre nós mesmos: Desde o princípio (2 Ts 2.13), “antes da
criação do mundo”, (Ef 1.4), portanto antes de tomarmos conhecimento dela ou de
nem sequer necessitarmos dela, independentemente (e entenda-se bem,
independentemente no próprio Deus) da concretização e de toda a formação
pecaminosa ou justa de nossa existência”. [18]
“Outra
coisa também não pode significar mais especificamente o conceito da eleição: O
que ela ressalta é a liberdade da graça. […] Sempre já em si mesmo graça quando
uma pessoa pode aceitar graça. […] também a decisão humana frente à decisão do
Deus misericordioso (a qual, entretanto, precisa ser tomada) sucede baseada em
decisão prévia de Deus” [19]
“Jesus
Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [20]
Poderíamos
falar muito, porque Barth falou bastante a respeito da doutrina da eleição e
porque a partir do confronto das várias perspectivas teológicas, e
especialmente a dele, construímos a nossa própria perspectiva deste mistério,
de antes da fundação do mundo, revelado em Cristo. A eleição de Deus em Cristo.
PREDESTINAÇÃO
Neste
tema ele critica as duas escolas soteriológicas tradicionais, calvinismo e
arminianismo, propondo uma mudança de perspectiva. Mas isto é um assunto no
qual necessitaríamos escrever muito mais do que pretendemos neste pequeno
artigo. Leiamos, então, o próprio Barth:
“Portanto
a doutrina da predestinação não é porventura religiosa do determinismo, nem
tampouco aquela forma do mesmo, que deduz a partir da experiência religiosa.
Pelo contrário: Ela nega tanto o determinismo quanto o indeterminismo.
Ao proclamar a liberdade e senhorio de Deus, ela está tão distante daqueles
que colocam o conceito da necessidade no topo do seu sistema e o propalam como
princípio do universo, quanto daqueles que atribuem ao conceito da liberdade
esta mesma posição. Não se pode negar que a doutrina da predestinação,
tanto a de Calvino quanto a de Lutero na época do “Servo Arbítrio” (de Zwinglio
então, nem se fala) sofreu muita influência do determinismo; isto trouxe
consequências funestas, e precisamos ter a hombridade de não ir atrás deles
neste ponto.” [21] (grifo nosso)
A
ênfase da doutrina da eleição, e consequente predestinação, consiste em uma
palavra “NELE”. Ef 1.4-13. Sintetizada na frase abaixo:
“Eleitos
em Cristo” evidentemente quer dizer em primeiro lugar: Não em nós mesmos.” [22]
(grifo nosso)
Dupla Predestinação (Não No Formato Calvinista)
Para
Barth, falar deste assunto é falar sobre duas perspectivas, uma divina, fora do
espaço-tempo, incondicional (em muitos sentidos, mas não se referente à escolha
do indivíduo A e/ou B para perdição ou salvação), e outra a perspectiva humana,
dentro do espaço-tempo. Uma, a visão de cima para baixo e outra, divina, e
outra a de baixo para cima, e que para o homem é impossível
compreender/considerar ambas ao mesmo tempo, e por isto tanta polêmica e
controvérsias a respeito do tema predestinação. (Textos base: Rm 8.29-30; Ef
1.4-11, I Pe 1.2). Para o Suíço, em certo sentido, a eleição e a predestinação
são sempre dupla, vejamos:
“Olhando
da perspectiva do eleito, eleição significa um ato de liberdade e senhorio;
olhando para os eleitos, significa um ato de escolha e distinção. Não existe
eleição se não houver também não-eleição, preterição, repúdio. Por esta razão a
doutrina da predestinação forçosamente é doutrina da dupla
predestinação. É desta forma que ela também se encontra, sem dúvida, na
escritura sagrada: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22.14).
“Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). “Naquela noite dois estarão
numa cama; um será tomado, e deixado o outros; duas mulheres estarão juntas
moendo; uma será tomada, e deixada a outra; dois estarão no campo, um será
tomado, e o outro deixado (Lc 17.34s)”. [23]
Caro
leitor, muita atenção, para não confundir a dupla-predestinação que Barth
afirma com o fatalismo calvinista, pois não há qualquer relação entre elas. O
que o teólogo suíço enfatiza é que “onde há eleição, há rejeição”, se eu
escolho algo, entre muitos ou alguns, por consequência eu rejeito algo,
inevitável. A pergunta que fica é “o que Deus rejeitou e rejeita”? Mas esta
explicação deixaremos para aprofundamento em algum outro momento.
“Não
podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e
antes de mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele”. [24]
“Entenda-se
bem: Precisamente Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus.” [25]
Jesus
como o eleito de Deus… outro ponto daqueles em que é impossível escrever
algo em algumas poucas linhas.
Crítica a Predestinação Calvinista
Sobre
a interpretação calvinista de Romanos 9.10-23:
“Aqueles
capítulos não dizem que a humanidade está dividida desta ou daquela forma, que
há predestinados neste ou naquele sentido, assim como há homens e mulheres,
brancos e negros. Neste ponto a doutrina clássica da predestinação, numa
funesta consequência de outros de erros seus, representava uma
antropologização, mecanização e estabilização ilícitas da majestosa alternativa
divina sob a qual estamos colocados em Jesus Cristo e cujo testemunho é o
sentido da doutrina bíblica da predestinação.” [26]
Eleitos
estamos ao dizer sim a Cristo: “Eleitos estamos nós ao
dizermos sim à nossa eleição em Jesus Cristo, e assim justamente ao dizermos
sim também para a nossa rejeição, porém para a nossa rejeição carregada e
anulada por Jesus Cristo, e somente então sobretudo para a nossa eleição.” [27]
“Afinal
a pessoa humana em sua livre decisão é objeto da prévia decisão divina.” [28]
A HUMANIDADE DE DEUS
Karl
Barth não teve receio de falar no aspecto da humanidade de Cristo. Muito de
fala em Cristo, em seu aspecto divino, como alguém que está longe, quando Ele é
o Emanuel. Muito se fala na rejeição do homem por Deus, por causa da queda de
Adão, mas pouca sobre a escolha de Deus pela humanidade, criar a humanidade,
encarnar em Cristo, e ser parceiro superior da aliança e Deus do homem. Barth
ousou tratar sobre isto.
“Sim,
e este é o ponto para trás do qual não se pode mais retroceder: Deus está ao
lado do ser humano. Isso é soberanamente fundamentado nele mesmo, e unicamente
por ele mesmo determinado, delimitado e ordenado. Assim, e não de outra
maneira, ele se torna acontecimento e se torna conhecível. Trata-se, porém, de
que Deus realmente está ao lado do ser humano. Quem é Deus e o que ele é em sua
divindade, isso ele demonstra e revela não no espaço vazio de um ser-para-si
divino, mas, de modo autêntico, justamente no fato de existir, falar e agir
como parceiro (por certo pura e simplesmente superior) do ser humano. Aquele
que faz isso, esse é o Deus vivo. E sua divindade é a liberdade na qual ele faz
isso. Ela é a divindade que, como tal, também tem o caráter de humanidade.
Somente desta forma e afirmação da divindade de Deus devia e deve ser
contraposta àquela teologia do passado: em forma de recepção positiva, não de
rejeição irrefletida da partícula veri que de modo algum lhe pode ser negada,
mesmo quando se descobre radicalmente sua fraqueza. Justamente a
divindade de Deus, corretamente compreendida, inclui sua humanidade.”[29]
“No
espelho da humanidade de Jesus Cristo revela-se a humanidade de Deus, incluída
em sua divindade. Deus é assim com ele. Assim diz seu sim ao homem. Assim ele
participa do ser humano. Assim ele se engaja em favor do ser humano.” [30]
O HOMEM
O
que é o homem? “O homem é um enigma e nada mais, e seu
universo jamais será tão vivamente visto e sentido, é uma questão. Deus
continua em contraste com o homem como o impossível em contraste com o
possível, como a morte em contraste com a vida, como a eternidade em contraste
com o tempo. A solução do enigma, a resposta à questão, a satisfação da nossa
necessidade é absolutamente o novo evento pelo qual o impossível torna-se por
si mesmo possível, a morte torna-se vida, a eternidade tempo, e Deus homem.” [31]
“O
homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe
necessário primeiro conhecer Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que
nos revela nossas próprias trevas.” [32]
ESPAÇO-TEMPO,
o dilema, o que gera dificuldades interpretativas, é a falta de compreensão
desta diferença, entre o que é temporal e Deus que está fora do tempo.
Desejamos a satisfação dos nossos interesses, propondo o foco de Deus
a nós, a nossa escolha pessoal ou a nossa decisão, e não o foco Nele, no
que Ele deseja, escolheu, planejou.
“Confundimos
a eternidade com temporalidade. Esta é nossa falta de respeito no
relacionamento com Deus. Secretamente, nesse modo de proceder, somos nós os
senhores. Para nós não se trata de Deus, porém das nossas necessidades [de
nossos desejos e conveniência] pelas quais queremos que Deus se oriente.” [33]
“É
preciso considerar-se em conjunto, no mesmo momento, a eternidade e o tempo,
Deus e o homem, para compreender o que realmente significa o nome de Jesus
Cristo! Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [34]
ALIANÇA ETERNA EM CRISTO
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a
trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas”.
Hb 13.20
Este
ponto é difícil de tratar, porque é o ponto que gostamos muito. Mas Barth trata
e explica o que vem ser a aliança que Deus propôs, antes da fundação do mundo
(Mt 25.34; Ef 1.4; I Pe 1.20; Ap 13.8). A minha própria teologia se origina e
se desdobra sobre este propósito e aliança, Cristo, porque a Bíblia fala disto,
da aliança entre Deus e os homens (aqueles que creem) por meio de Jesus Cristo.
Mas vamos colar, pelo menos, a definição do que seria esta eterna aliança em
sua teologia. Segue:
“Em
sua palavra Deus revela o seu agir no horizonte de sua aliança com o ser
humano; e na história da constituição, manutenção, realização e conclusão desta
aliança ele se revela a si mesmo. Revela sua santidade, mas revela também a sua
misericórdia – misericórdia de pai, de irmão, de amigo. Revela também seu poder
e sua majestade como senhor e juiz do ser humano; revela, portando, a si mesmo
como o primeiro parceiro dessa aliança, a si mesmo como o Deus do ser humano.
Mas em sua palavra revela também o ser humano como criatura, como seu devedor
insolvente, como ser perdido sob seu juízo. Mas também revela-o como criatura
mantida e salva por sua graça, como ser humano libertado para Deus, posto a seu
serviço. Revela o ser humano como seu filho e servo, como amado por Ele e,
portanto, como segundo parceiro da aliança; em síntese: revela o ser humano
como o ser humano de Deus.” […] A aliança é a união de Deus com esse
povo, dentro de sua história comum. Ela fala, de maneira estranhamente
contraditória, mas inequívoca, do encontro jamais interrompido, do diálogo, da
comunhão entre o Deus santo e fiel e um povo que não é santo e nem fiel. Assim
ela fala simultaneamente da presença constante e fiel do parceiro divino, e do
falhar de seu parceiro humano, destinado a ser-lhe conforme, a corresponder à
sua santidade, a responder com fidelidade à sua fidelidade divina. Assim ela
revela a plenitude divina da aliança – não a humana. Neste sentido ela ainda
não fala da aliança em sua plenitude consumada. É assim que, transcendo a si
mesma, aponta para uma consumação que nela tende a realizar-se, que, no
entanto, ainda não chega a ser realidade”. [35]
(assim fala da aliança entre Deus e Israel, como figura da aliança eterna
em Cristo, entre este e a sua esposa).
“Em
vista desse seu Filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos
homens, Deus amou o homem e, com o homem, todo o mundo desde a eternidade,
antes ainda de criá-los”, [36]
Muitos
outros pontos, que também não podem ser ditos menores que principias, ficaram
de fora deste nosso pequeno comentário, como “Deus, o totalmente outro”, que
trata do aspecto da transcendência divina, “Analogia da Fé”, a contemplação e
impossibilidade de captura do objeto da teologia (Deus), o papel da teologia, a
própria doutrina da eleição que pode ser objeto de muitos outros estudos, mas
ficaremos por aqui.
Espero
que tenham gostado e esclarecido alguns pontos da teologia deste brilhante
autor, que certamente, independentemente de qualquer coisa, e é
admirado até mesmo pelos católicos, é impossível passar a história do
pensamento teológico sem citá-lo, e se porventura formos listar os maiores
nomes da história da teologia, certamente Karl Barth estará entre eles. Graça e
paz a todos.
[1] MILLER, Ed. L.; GRENZ, Stanley J. Teologias Contemporâneas. Tradução: Ativan G. Mendes.
São Paulo: Vida Nova, 2011. p. 13-14.
[2] ERICKSON, Millard J.. Dicionário Popular de Teologia. Tradução: Emerson
Justino. São Paulo: Mundo Cristão, 2011. p. 134.
[3] GONZALEZ, Justo. Breve Dicionário de Teologia. Tradução:
Silvana Perrella Brito. São Paulo: Hagnos, 2009. p. 93.
[4] STOTT, Jonh. A Cruz de Cristo. Tradução:
João Batista. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 166-167.
[5] GOUVÊIA, Ricardo Quadros, apud. BARTH, Karl. Palavra de Deus, Palavra do
Homem, 2ª Ed.São Paulo: Fonte Editorial, 2011.p. 31.
[6]BARTH, Karl. A Revelação de Deus como
Sublimação da Religião. São Paulo: Fonte Editorial, 2011, p. 13.
[7] Ibid. p. 44.
[8] Ibid. p. 113.
[9] BARTH, Karl. Esboço de
uma Dogmática. São Paulo: Fonte Editorial. 2006, p. 27.
[10] BARTH, Karl. Dádiva e louvor: Ensaios
teológicos de Karl Barth. Tradução: Walter O. Schlupp, Luis Marcos
Sander e Walter Altmann. São Leopodo: Sinodal/EST, 2006.p. 247.
[11] BARTH, Karl. Esboço de uma Dogmática. São
Paulo: Fonte Editorial. 2006. p. 75.
[12]BARTH, Karl. Palavra de Deus, Palavra do
Homem, 2ª Ed.São Paulo: Fonte Editorial, 2011.p. 98-99.
[13] Ibid.p. 121.
[14] BARTH, Karl. A Revelação de Deus como
Sublimação da Religião. São Paulo: Fonte Editorial, p. 69.
[15]BARTH, Karl. Palavra de Deus, Palavra do
Homem, 2ª Ed.São Paulo: Fonte Editorial, 2011.p. 110.
[16]BARTH, Church Dogmatics, 1/I, p.
105-106. Apud MILLER, Ed. L.; GRENZ, Stanley J. Teologias Contemporâneas.Tradução: Ativan G. Mendes. São
Paulo: Vida Nova, 2011. p. 13-14.
[17]BARTH, Karl. A Revelação de Deus como
Sublimação da Religião. São Paulo: Fonte Editorial, 2011. p. 134.
[18] BARTH, Karl. Dádiva e louvor: Ensaios
teológicos de Karl Barth. Tradução: Walter O. Schlupp, Luis Marcos
Sander e Walter Altmann. São Leopodo: Sinodal/EST, 2006.. p. 239-240.
[19] Ibid. p. 240.
[20] BARTH, Karl. Esboço de uma Dogmática. São
Paulo: Fonte Editorial. 2006. p. 95.
[21] BARTH, Karl. Dádiva e louvor: Ensaios
teológicos de Karl Barth. Tradução: Walter O. Schlupp, Luis Marcos
Sander e Walter Altmann. São Leopodo: Sinodal/EST, 2006.. p. 241-242.
[22] Ibid. p. 243.
[23] Ibid.p. 246.
[24] Ibid.p. 247.
[25] Ibid. p. 248.
[26] Ibid.p. 250.
[27] Ibid.p. 253.
[28] Ibid.p. 254.
[29] Ibid.p. 394.
[30] Ibid.p. 397.
[31] BARTH, Karl. Palavra de Deus, Palavra do
Homem, 2ª Ed.São Paulo: Fonte Editorial, 2011.p. 218.
[32] BARTH, Karl. Esboço de uma Dogmática.
São Paulo: Fonte Editorial, 1996. p. 93.
[33] BARTH, Karl. Carta aos Romanos. Tradução:
Lindolfo Anders.5ª Ed.São Paulo: Fonte Editorial, 2009.p. 52.
[34] BARTH, Karl. Esboço de uma Dogmática. São
Paulo: Fonte Editorial. 2006. p. 95. [35] BARTH, Karl. Introdução à teologia Evangélica. Tradução: Lindolfo
Weingartner – 9ª ed. rev. São Leopoldo: Sinodal, 2007. p. 19-20.
[36] CD, III/1 §41, pp. 53-54. Apud. FERREIRA, Franklin. “Karl Barth: Uma Introdução
à sua carreira e aos principais temas de sua teologia”; MACKENZIE – FIDES
REFORMATA. Disponível emhttp://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_VIII__2003__1/v8_n1_flanklin_ferreira.pdf
, acesso em 02 de maio de 2013.
ESTUDO RETIRADO DO SITE: GOSPELPRIME
Fonte: http://www.mentecrista.com/search/label/Estudo%20B%C3%ADblico
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